Como eu consegui permissão pra me masturbar durante expediente

Eu sei, essa história vai soar bizarra. Senta aí que lá vem causo.

Vamos começar do inicio. Eu sou hiperspérmico. O homem hiperspérmico produz de 2 a 5 vezes mais líquido prostático e/ou espermatozoides que um homem comum (i.e. de 7,5 a 25ml de porra por ejaculação). É uma condição mais comum em homens pretos, e aumenta um tanto a incidência potencial de câncer de próstata e deficiência em vitamina D. Pense assim: seu corpo tira das suas reservas pra produzir mais porra. Se não tiver o suficiente, ele tira de outros lugares; seus ossos, por exemplo.

Isso traz alguns outros problemas, como inchaço escrotal (o famoso saco azul), poluções, noturnas ou não, ereções involuntárias, priapismo, e cólicas seminíferas (pense em cólicas menstruais, só que em um homem: ou você ejacula, ou seu corpo vai te dar cólica até você esvaziar.), e nos casos mais extremos, torções testiculares. Existe um tipo especial de camisinha coletora que homens hiperspérmicos podem usar em caso de polução. Como elas são caras pra cacete, recomenda-se o uso noturno em casos mais reincidentes.

Ela também fica mais forte dependendo da sua condição física: logo, um homem hiperspérmico saudável pode precisar ejacular uma, ou múltiplas vezes ao dia pra não correr riscos.

Não existe cura senão a andropausa.

Eu descobri ser hiperspérmico aos 17. Só que naquela época, isso não me incomodava. Garotão, vida sexual ativa, muita mulher, parte do dia em casa... Lá pelos meus 26, eu passei a trabalhar em escritório. E com isso veio o problema de precisar esvaziar algumas vezes ao dia. Naquela época não existia o conceito de home office na minha área, e pra fazer visita a cliente era tranquilo, dava uma antes e ia trabalhar.

Eis que minha urologista teve a brilhante ideia de me oferecer um laudo com todas as minhas métricas e medições, e entrar com um pedido na justiça análogo a deficiência física, pois impacta diretamente minha capacidade de trabalhar, pra que eu tivesse um número de pausas por dia durante o expediente pra esvaziar. Ela serviria de testemunha.

Levei a ideia pra advogada da família (e tive que explicar tudo nos mínimos detalhes pra ela, o que foi um tanto quanto vergonhoso kkkkk), e depois de me ouvir, ela disse que sim, condição congênita mal-condicionada contaria como acidente de trabalho caso eu tivesse uma polução ou torção em horário de trabalho. Com isso em mente, entrei na justiça pelo direito de me masturbar em ambiente de trabalho como medida apaziguadora de condição médica rara (SIM.)

O pedido foi deferido depois de coisa de uns 8 meses tramitando. Pedimos que o processo corresse em sigilo pra que ele não chegasse à mídia.

Em qualquer outro caso, acredito que teria sido demitido de graça. Como dou resultados bons e consistentes à empresa, eles acataram. Os únicos que sabem disso são meu gerente, o diretor da nossa região, a administração do prédio comercial, e os donos da empresa.

Isso foi feito da seguinte forma: eu tenho um cartão extra de entrada pro prédio onde fica a empresa, que me dá acesso à área de uso comum. Sempre que preciso, eu desço do 22º andar onde fica nossa sede, até o pavilhão de uso comum, uso o banheiro sempre no último vaso à esquerda (parte do combinado para saberem que sou eu usando caso haja algum problema), esvazio, me limpo, e volto ao trabalho.

Hoje em dia é bem menos comum de acontecer, pois por conta disso, hoje estou de home office. Ainda preciso vira e mexe nos dias de reunião geral na sede, nas da equipe, ou em eventos especiais que criem necessidade de que eu fique o dia inteiro fora.

E lembrem-se se sempre: não adianta a picanha cair no seu colo e não no do vegano se você vai acabar se engasgando kkkkkk!

TL;DR: Sofro de uma condição raríssima que me faz ejacular pra diabo. Se eu não botar pra fora, corro risco de saúde. Usamos isso como argumento na justiça pra que me liberassem me masturbar durante expediente como medida paliativa.